O Conde dos Arcos e a Revolução de 1817

e atônito conduzido por um Ministro prepotente e egoísta.

O Conde dos Arcos, educado nos princípios tradicionais da Nobreza, observador atento de toda essa calamidade, concentrava-se na meditação sobre os rumos políticos e sociais do mundo, atormentando-o a ideia da sua ruína completa. Seria ele um reparador dos desastres pombalinos procurando atenuar-lhes os males, na medida de suas forças, impedindo que avançasse o espírito revolucionário. A sua geração, corrompida pelo pombalismo, teria alguns elementos de resgate, entre os quais o Conde dos Arcos figurava.

O impulso vigoroso e restaurador da Rainha D. Maria não tirou a nau do Estado dos perigos da tempestade. O seu intendente de polícia, Diogo Inácio de Pina Manique, conservado do governo de Pombal, inimigo das ideias revolucionárias, fiel cumpridor e respeitador das ordens de seus superiores no elevado conceito em que tinha o princípio de autoridade, pormenor este que muito agradara a Pombal, iria desenvolver uma atividade assombrosa contra as sociedades secretas. Fechou a importação de livros franceses; proibiu a introdução das ideias, dos costumes mundanos, das modas provocantes vindas de França; expulsou os franceses suspeitos, e castigou, prendeu e desterrou todos os que simpatizavam com as ideias novas ou deles suspeitasse. Mas, infelizmente, mesmo assim, não poderia impedir-lhe o advento. Pombal, aproveitando-se do terremoto de 1755, ocasião em que lhe foram conferidos poderes discricionários em virtude da excepcionalidade do momento,

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