O Conde dos Arcos e a Revolução de 1817

"que S. Majestade se desagradava muito da sua conduta a este respeito.

Bastou isto cessar para persuadir o General desta Capitania (fala da Capitania de Pernambuco) e a mais alguns magistrados que a sua falta de mérito pessoal seria bem suprida fazendo algum serviço deste gênero" e passa a narrar uma briga de pretos por causa do "Rei Congo" que é o presidente das festas de Nossa Sra. do Rosário, e os castigos que lhes infligiu o governador tirando-lhes até o dinheiro. A seguir, conta que dois anos depois o Ouvidor das Alagoas fez coisa mais ou menos adequada por causa de um levante de pretos. Crueldades indignas foram praticadas em Pernambuco e Alagoas, enquanto, como estamos vendo, o Conde dos Arcos, na Bahia, procedia com a maior benevolência, estranhando-o os seus comentadores. Entretanto, lá iam queixas amargas e virulentas contra o nobre governador que humanamente sabia conduzir o seu povo. E sentia o Conde dos Arcos a pressão que lhe faziam na Corte para pô-lo mal perante o monarca. Chegavam a repreendê-lo, a censurá-lo como a um subordinado qualquer, e em nome de El Rei!

Era o castigo pelo seu heroísmo. Eram os frutos da sua abnegação. As lojas juraram perdê-lo, e tudo era pretexto para tanto. A questão dos negros fora um pretexto precursor da revolta e era um pretexto posterior à revolta.

El Rei, entretanto, compreendia o seu vassalo, antes sabia que em suas mãos bem resguardado estava o Império, razão porque lhe dera a pasta da Marinha e Domínios Ultramarinos.

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