Aliás, não conspirariam se lhe não reconhecessem subido valor.
Mais tarde, depois de três anos passados sobre a revolução de 1820, havia o Conde dos Arcos de escrever um "parecer" a pedido de El Rei, parecer esse que é documento de grande valor e que, publicado pela primeira vez neste volume, virá fazer intensa luz sobre os gravíssimos acontecimentos da época e que feriram fundo a história de Portugal, do Brasil e da América, porque por eles se romperam os laços da Tradição. Não é, por certo, qualquer novato nos mistérios da História que saberá ler nesse importantíssimo documento, sobre o qual se pode desenvolver belíssima monografia, o profundo sentido da realidade histórica, realidade essa tão menosprezada, tão maltratada pelo historicismo mercantil dos nossos dias, prova cabal da amoralidade a que se chegou, e que enche de vergonha os que desejam reviver a História em todo o esplendor da verdade, porque é do íntimo consórcio dos princípios com os fatos que ela resulta. Por isso, a História, como diz Leão XIII "luz da verdade, e testemunho dos tempos, se diligentemente examinada, ensina". E quão necessitados dessas lições estão hoje os povos apartados dos seus verdadeiros ensinamentos!
É preciso convir que a luta contra o liberalismo, há século e meio atrás, foi a luta pela salvação dos eternos princípios que regem os destinos do mundo. Assim, pois, a luta contra o liberalismo, naquele tempo, era a luta pela verdade na vida político-social. Foi pela verdade, pela justiça, pelo bem que o Conde dos Arcos lutou.