"do Santo Oficio! No máximo grau da reação nacional acabava de triunfar o elemento estranho. As grossas polêmicas que por essa época apareceram, e os desmedidos furores da Inquisição, mostram bem a decadência do Tribunal da Fé e a prosperidade do povo hebreu. A Inquisição esteve encerrada por alguns anos, e reabriu em 1681; era forçosa a reabertura; ainda havia cristãos-velhos em Portugal!...
Toda a História de Portugal, no século XVI ao século XX, são várias fases duma única agitação a reação decrescente do cristão-velho contra o crescente invasor do cristão-novo! O mesmo fenômeno fora a luta reformista do século XVIII, a guerra civil do século XIX, a efervescência monárquico-republicana do século XX até a queda do Trono em 1910, e daí até hoje!
Sob este critério é que deve ser pensada a nossa História, a História do subterrâneo dos acontecimentos". Nós, brasileiros, não podemos fugir à interpretação da História do Brasil senão pela História de Portugal de antes de 1822.
"As gerações de cristãos-novos no século XVIII só faziam por esquecer a própria origem, - a origem infamada - ao passo que cresciam em número e qualidade. Alguns, entretanto, continuavam como os seus antepassados a alimentar o furor do Santo Ofício, na prática duma espécie de religião mestiça entre mosaísmo e cristianismo! A maioria dos hebreus já se tinha dessoldado do judaísmo sem contudo se soldar ao catolicismo. Eram então os adeptos de Voltaire que, como continuador do judeu português Uriel da Costa, por toda a parte derramava as novas"