O Conde dos Arcos e a Revolução de 1817

- Circular no Arquivo do Ministério dos Negócios Exteriores de França (v. Fernando Nobre, As Fronteiras do Sul, página 264).

Realmente a segurança do Brasil perigava e é pelo fracasso desse perigo que nos regozijamos com o fracasso da revolução.

Em Portugal, as coisas tomavam outro rumo. A concorrência mercantil inglesa provocada pela abertura dos portos brasileiros em 1808 fora ali a geradora da pobreza. "Esta medida, a um tempo diplomática e econômica, tivera por efeito cerrar tão amplo mercado quanto o da América Portuguesa ao monopólio da sua antiga mãe pátria e indiretamente trouxera a esta grandes males de penuria do erário e de vagabundagem por falta de trabalho. Fácil é de ver que não só o povo sofria de tal situação: dela sofria não menos, pela natureza dos fatos, a burguesia de negociantes e lavradores.

Ao passo entretanto que Portugal andava assim humilhado na sua mais briosa instituição, dava o Rei mostras inequivocas de não querer mais regressar do Brasil, transformando quiçá de direito, como de fato, já o era, a antiga colônia em sede da monarquia. No Campeão, que se publicava em Londres, considerava-se assente que D. João VI nem queria voltar, nem repartir a autoridade". (v. Oliveira Lima, op. cit. páginas 17 e 18).

Vê-se, por aqui, o cunho nitidamente econômico da revolução.

Aquele documento escrito pelo Conde dos Arcos prova que o Brasil, nos tempos coloniais, e durante o Reino, obedecia ao ritmo da Economia dirigida,

O Conde dos Arcos e a Revolução de 1817 - Página 323 - Thumb Visualização
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