O Conde dos Arcos e a Revolução de 1817

idêntico em todas as nações. A destruição era universal.

Amparando fortemente a burguesia egoísta, classe já poderosa na qual se aclimatara o judeu, criou o Marquês as grandes Companhias de Comércio e Indústria como a do Grão-Pará e Maranhão em 1755 e de Pernambuco em 1759 para bater o comércio livre-cambista dos jesuítas, e inaugurava assim com vises animadores de progresso os grandes trusts comerciais. Proibiu a exportação do ouro; organizou uma Companhia de pesca para o atum do Algarve e a baleia da Bahia, e a Companhia dos vinhos do Alto Douro contra a qual se rebelou o Porto. Desse modo ia dando nova feição à economia portuguesa. Arruinava as colônias empobrecendo-as com proibições tirânicas, cortando-lhes os meios de trabalho, fechando-lhes as manufaturas florescentes, lançando-lhes o estigma da revolta, como aconteceu logo depois no Brasil com a conjuração Mineira. Preparava assim o espírito de independência que a maçonaria viria ostensivamente completar nos albores do século XIX explorando um nativismo naturalíssimo do qual foram vítimas também os revolucionários de 1817. Arruinava o império ultramarino português que tanto sangue e abnegação havia custado!

Diz - por ser positivista, insuspeito - o Sr. A. de Souza Pinto na sua obra O Marquês de Pombal, página 115 (ed. 1882): "desde o fim do século XVII a França tinha conseguido libertar-se espiritualmente de toda a influência religiosa. Nem o catolicismo, nem o protestantismo, nem teoria alguma teológica podia mais satisfazer-lhe as aspirações regeneradoras. O movimento de decomposição do passado"

O Conde dos Arcos e a Revolução de 1817 - Página 34 - Thumb Visualização
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