"a sua onipotência, expulsara os jesuítas de Portugal! afirma Francisco Luís Gomes em Le Marquis de Pombal. Entretanto, o ministro de D. José não fazia nem mais nem menos que aproveitar, como as circunstâncias lh'o facultavam, o conjunto das ideias francesas (página 117)".
Não há dúvida que precisamos descontar à destruidora obra de Pombal a parte positiva material a que deu talvez brilhante desenvolvimento. Mas notemos ainda que esse desenvolvimento, efêmero, baseado em falsos princípios de ordem econômico-financeira e administrativa, haveriam de provocar, em futuro próximo, tremendo desequilíbrio na vida portuguesa sendo causa da ruína nacional. Absolutista de feitio, realizou, pelos princípios, obra eminentemente liberal, portanto frágil e daninha. Inflexível, confiando em si mesmo, ia continuando a obra devastadora expulsando os Jesuítas e o Núncio, cortando relações com o Vaticano e estabelecendo o terror contra a Nobreza, prendendo, degredando, enforcando e supliciando barbaramente os seus membros mais conspícuos. Extinguiu as distinções, a começar pela existente entre cristãos-novos e velhos, para dar azo invasor aos aproveitadores da judiaria capitalista-burguesa. Aboliu a escravidão no Reino; equiparou os canarins aos portugueses; libertou os índios do Brasil, reformando tudo, destruindo tudo. Pela proibição da liberdade de testar, procurou travar que se legassem riquezas ao Clero a fim de enfraquecê-lo. Tudo nivelava erguendo o Estado como único e divino Senhor. Fazia triunfar o absolutismo em Portugal e seus domínios contra o espírito paternal da Realeza. Desfigurava o poder temporal para,