O Conde dos Arcos e a Revolução de 1817

El Rei visava pôr a Nação em dia com os chamados progressos de então, nisso vendo apenas o bem do seu Reino, entalado que estava depois de 1640 nas dificuldades financeiras e internacionais que advieram por manobras secretas dos seus inimigos. Que fazer, numa época de transição, em que os governos se amparavam ditatorialmente para não cair e poder governar evitando a completa anarquia? Estava-se próximo à revolução de 1789, de que a revolução inglesa tinha sido aviso! A experiência, porém, de bons resultados materiais aparentes e imediatos, foi, realmente, desastrosa. O que faltava era a reunião das Cortes, que havia uns 60 anos não se realizava por receio que tinham os soberanos do estouro revolucionário que mais tarde sucederia em primeiro lugar em França na convocação dos Estados-Gerais transbordantes de maçonismo. Depois do terremoto, o regicídio foi o pretexto máximo para Pombal consolidar o seu prestígio; o terremoto e consequente reconstrução de Lisboa valeram a Pombal grandes elogios consolidando a sua reputação de estadista, emparelhando com os maiores do seu tempo, segundo o espírito da época.

Para os republicanos, se se tratasse dum regicida vulgar a soldo do maçonismo, guindá-lo-iam às culminâncias da glória; mas tratando-se de nobres, o castigo sofrido era justo, bastando dizer que a tortura a que foram submetidos dependeu apenas da "justiça da época"... Eis como Souza Pinto, republicano, se exprime a página 156 do seu livro: "Não temos necessidade de ocultar que o Marquês de Pombal, sempre enérgico e severo, como as circunstâncias exigiam, foi algumas vêzes demasiadamente rigoroso."

O Conde dos Arcos e a Revolução de 1817 - Página 43 - Thumb Visualização
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