"Estamos todavia longe de aplaudir aqueles que, principalmente a propósito da execução do Duque de Aveiro e seus cúmplices, se recreiam em pintar o grande ministro com tôdas as côres sombrias de um acabado monstro de crueza e desumanidade. O tribunal que julgou os implicados no atentado contra a vida de D. José devia necessariamente fazê-lo de acôrdo com os costumes e o espírito geral da legislação penal da época; e essa legislação era implacável, sobretudo no tocante ao crime de lesa-majestade, cujos autores mandava o livro quinto das Ordenações do Reino que "morressem morte natural cruelmente".
Entretanto, o Sr. Mario Saa, que, segundo se afirma (não nos parece, mas se é, mais vale citá-lo, e por isso fazemos tantas citações, para que não nos acoimem de parcialidade), é judeu a escrever as maldades judias como exaltar o triunfo da raça, assim se manifesta, às paginas 112-114, op. cit.: "como reagiam, entretanto, os cristãos-velhos? Cá fora conspirava-se contra o Paço onde imperava a vontade do primeiro ministro, d'onde eram irradiados os melhores da Nobreza. A irritação aumentara com o degrêdo de D. Manuel de Souza; e o insofrível e orgulhoso Duque d'Aveiro, despeitado do Paço, do qual dizia que quando lá ia era o mesmo que cortarem-lhe as pernas, aproximava-se agora daquele degredado da Quinta do Calhariz, e com ele largo tempo se entretinha em dissolutas conversas contra o govêrno (Processo dos Távoras). Assim se formava uma conspiração tremenda que teve o epílogo no cadafalso de Belem!
A rivalidade entre o Duque d'Aveiro, chefe da conspiração dos cristãos-velhos e pretendente ao"