O Conde dos Arcos e a Revolução de 1817

"lugar de 1º ministro, e Sebastião José de Carvalho e Melo 1º ministro, chefe do partido reformista, ou cristão-novo, era evidente, e nada mais tendia que ao desfôrço. Praticado o atentado contra o Rei, e instaurado o processo, o guarda-roupa do Duque depunha que o irmão dêle, guarda-roupa (o que desfechara contra a carruagem real), lhe declarara "que o dito Duque lhe dissera que a quem êle Duque lhe mandava atirar era pessoa que também o quis matar a êle Duque. E que o dito seu irmão entendera sem embargo desta razão do Duque, que seria ao Excelentíssimo Secretário de Estado Sebastião José de Carvalho e Melo, bem que, ainda duvidava, que o dito Duque mandasse fazer tal, a um homem tão grande como o dito Excelentíssimo Secretário de Estado". (Processo dos Távoras, página 107).

O Duque d'Aveiro tinha proferido ao seu confidente Antônio Alves: "Tomara que déssemos huma fumassa em Sebastião José". E ao Marquês Bernardo de Távora dissera o mesmo Duque que se tornava necessário fazer-se outra espera ao Secretário de Estado, Sebastião José, para se lhe tirar a vida (Processo, página 107 e 126).

"O alvo maior das conspirações dos cristãos-velhos era o Govêrno, na figura do 1º ministro. Para isso se organizava uma conspiração d'alguns fidalgos, logo após o terremoto de 1756. O Dezembargador Antônio da Costa Freire delineara um plano duma "Junta da Providência". Como El-Rei rejeitasse o dito plano depois de o ter aprovado, e principiasse desconsiderando estes fidalgos, a uns despedindo-os do Paço, a outros mostrando-lhes desagrado,"

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