O Conde dos Arcos e a Revolução de 1817

"se forão praticando athé a ultima conspiração de que se trata."

A ultima conspiração foi aquela de que resultou o atentado contra a vida do Rei, como o meio mais rápido de vingança e de resolução da crise.

A deslealdade de D. José foi o que mais acirrou o ódio dos fidalgos: e desde logo o Duque d'Aveiro (14º artigo do Processo) comunicou com o Dezembargador Antônio da Costa Freire sobre o modo de fazer odioso o governo d'El-rei, em razão de saber que o mesmo Antônio da Costa blasfemava do mesmo govêrno, sem regra, nem medida, alienando assim, e desafeiçoando do govêrno do mesmo Senhor as gentes que o ouviam".

O autor, com forte injustiça para com os nobres filhos da Companhia de Jesus, acrescenta: "Os jesuítas, que eram quem por baixo de tudo isto acirravam e manejavam o ódio dos nobres e seu pundonor, contra o partido dos cristãos-novos, os jesuítas como símbolo da linhagem cristã-velha, e da mesma linhagem, (tinham rigorosos processos de gênero e rigorosa disciplina donde seriam irradiados os que não possuissem uma idêntica compleição germânica), os jesuítas tiveram, enfim, o mesmo destino dos fidalgos, e mais do que estes irradiados do Paço, enredavam e conspiravam tenazmente. Por todos os motivos se preparava o atentado de 3 de Setembro de 1758; por todos os motivos e por todos os lados. Razão teve por isso o Duque d'Aveiro quando afirmou, depois dos acontecimentos, que eram tantos os lados donde se poderia esperar o tiro a El-rei, que nunca ao certo se poderia saber donde viera!"

O Conde dos Arcos e a Revolução de 1817 - Página 47 - Thumb Visualização
Formato
Texto