O Conde dos Arcos e a Revolução de 1817

foram os judeus os sacrílegos, - "havendo mandado consultar na Mesa do Dezembargo do Paço com assistencia dos Procuradores Régios o sobredito compromisso; e fazendo ver e ponderar muito seriamente no Conselho de Estado o que sobre ele se me consultou, foi uniformemente assentado por todos os votos da sobredita Meza, que o referido compromisso em lugar de conter em si as pias regras com que a Nobreza se devia unir nos exercicios da devoção que eram proprias de um fim santo que havia feito objeto da dita confraria continha em si muito pelo contrario à base de uma associação ordenada a semear sizania na mesma Nobreza para levantar no meio déla sedições e discordia e para denegrí-la com injurias tão atrozes", etc., alegando, afinal, que isso vinha perturbar a tranquilidade pública, e que, como "o referido compromisso só convem com a historia do tempo em que foi maquinado; vendo-se que foi feita em uma conjuntura na qual a feroz sociedade jesuítica"... Vê-se que um Rei católico nunca diria isso se não estivesse premido pelas circunstâncias e mal informado pela Mesa de Consciência. Desembargo do Paço e Conselho de Estado totalmente composto de cristãos-novos, isto é, judeus simuladamente conversos.

"Por uma parte, continuava, se tinha erguido o despotico arbitrio de todas as disposições do governo da Côrte e da Sociedade; e por outra parte procurava concitar nelas sedições e perturbações da tranquilidade pública; vendo-se que assim como estes maus fins fora para buscar (para iludir como iludiu os Gremios dos Artífices de Lisboa) os estratagemas da Liga da França"- refere-se à celebre Liga católica -

O Conde dos Arcos e a Revolução de 1817 - Página 57 - Thumb Visualização
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