"da mesma sorte para dividir e perturbar a harmonia do Estado e Nobreza, copiou ao vivo a outra infame organisação do Puritanismo que em Inglaterra se tinha levantado desde o ano de 1565 até o de 1569 pretendendo os inventores e sequazes ali persuadir aos inglêses que eram mais puros na religião do que todos os outros dos seus compatriotas, vendo-se que os referidos jesuitas com o mesmo intento inventaram e copiaram tambem nesta Côrte o outro Puritanismo do sangue a que deram por definição "fidalgo e cristão velho de tempo imemorial sem fama ou rumor em contrário verdadeiro ou falso", vendo-se que isto foi na substância o mesmo que identicamente se escreveu no capítulo 5º do referido compromisso pelas formais palavras "e que a tem cristão-velho sem nunca se entender em contrário", vendo-se que assim ficou suspeito e infamado todo o Estado da Nobreza desde aquele tempo supondo néla hebreus, o mesmo Compromisso publicando-o assim os sequazes dela e da definição que fez a sua base; levantando e sustentando os dois diferentes partidos de puritanos e infectos, que duram desde então até agora tratando êles os genealogicos nos seus necessariamente mal informados e temerarios livros praticando-se com desenvoltura e mesmo nas conversações e nos ajustes de casamento chegando a estabelecer-se por maxima comum que a Inquizição não éra guardanapo a que as gentes se fosse alimpar".
Perguntemos, como pôde Pombal afirmar "necessariamente mal informados e temerarios livros"?
Continuava o alvará: "sustentando-se esta sediciosa barbaridade que a afrontosa suposição de inferioridade e exclusiva de tantas casas de primeira"