"cujos átos desonestos e criminosos faziam de Lisboa uma cidade de habitação impossível.
Foi nessa dificil situação, nessa crise temerosa da existência nacional portuguêsa, que Sebastião José de Carvalho assumiu a direção governativa de seu desorganisado país".
Os nobres, que tinham sangue puro, pela abolição dos processos "de genere" igualavam-se aos cristãos-novos, e a inquisição, instrumento de tortura, era feita para eles, os de sangue puro. Assim diz o Sr. Mario Saa, a respeito da inquisição: os judeus "a cada passo invadiam, e o proprio Estado já temia a concorrencia. Para canalisar a aversão dos portugueses contra os judeus foi creado o Tribunal da Inquisição, tambem chamado o Tribunal do Santo Ofício.
O estabelecimento da Inquisição custou a D. João III rios de dinheiro, e a constante atenção de sua vida. Por ânos se esgrimiram em Roma, duma parte delegados e cruzados dos cristãos-novos (como, por exemplo, o famigerado intriguista Duarte da Paz), e da outra parte delegados e cruzados do Rei de Portugal. Venceram, por fim, os cruzados do Rei; o primeiro auto de fé sucedeu em Lisbôa, no âno de 1540.
Os nossos mais modernos historiadores (na maioria descendentes de judeus) referem-se com ódio ao fanatismo de D. João III; mas esse fanatismo é tão perdoavel como o fanatismo dos nossos mais modernos historiadores contra o fanatismo de D. João III. O Rei era o simbolo dos dominadores d'então, e a Inquisição a defesa do seu Estado, (embora erradissima defesa!). Mas essa erradissima defesa"