"ia mais longe procurar as suas origens nos batismos forçados de 1496. A mania proselitica dos suevo-gôdos em lavar do pecado original o povo hebreu, foi o pecado original dos suevo-gôdos. Eis, entretanto, como os judeus se defendem: "Os prosélitos são tão nocivo ao judaismo como os abscessos a um corpo sadio"; diz um aforismo talmúdico. (op. cit. página 30).
Os judeus, expulsos de Espanha por Fernando e Isabel, Reis Católicos, foram para Portugal, onde D. Manuel os recebeu; e, como quisesse neutralizar-lhes a perversidade, fê-los batizar a ver se aceitavam a fé católica. Simulando conversão, aceitavam o batismo, mas como era mera simulação, o povo chamou-os "cristãos-novos", para não confundi-los com os "velhos". Isso queria dizer: judeus hipocritamente convertidos.
"A Inquisição", continua o Sr. Saa, "que D. João III instituiu, embora com aparência de religião, não éra mais que a Inquisição do Estado.
Por isso razão teve Pombal (escreveu J. Lucio d'Azevedo) em afirmar, no preambulo do decreto da reforma, que a Inquisição fora sempre tribunal régio - régio pela sua fundação e régio pela sua mesma natureza.
Pombal dizia isto com outros intuitos, mas dizia a verdade. Tanto a religião era um pretexto, e unicamente pretexto, quanto nos anos primeiros do Santo Ofício alguns judeus procuraram refugio nos Estados do Papa, aí, em plena tolerancia religiosa. Diriamos, se não estivessemos prevenidos, serem os portugueses mais papistas que o papa!... Mas nós"