O grupo social paulista tem uma base conhecida, que nenhum outro agremiado no mundo apresenta similar.
Toda a população paulista dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX é perfeitamente conhecida, graças aos monumentais trabalhos de Pedro Taques e de Silva Leme, na Nobiliarchia paulistana e na Genealogia paulistana. Por esses dois trabalhos memoráveis que outorgam aos seus autores a imensa gratidão de São Paulo se conhecem as origens da nossa gente. Sabe-se de onde provieram os nossos avós; conhece-se a sua formação racial, com todos os seus processos de seleção, de cruzamento, de consanguinidade, etc., e reconstitui-se com facilidade a edificação social no nosso planalto.
Foi o que tentei fazer com o meu Raça de Gigantes, no qual aproveitei os recursos bebidos nos trabalhos dos dois imortais genealogistas acima mencionados, os quais são dignos de a eles, os paulistas erigirem estátuas, em ouro maciço, que mostrem aos habitantes desta terra o muito que lhes devemos.
O que eles fizeram pelas populações paulistas, não foi realizado por ninguém mais no mundo. Não há povo que conheça suas origens, como nós paulistas conhecemos as nossas, graças aos dois gigantes do nosso passado.
Querer proceder hoje esclarecendo as populações paulistas, como Taques fez no setecentismo e Silva Leme no oitocentismo estudando-as genealogicamente, me parece uma tarefa impossível.
Eu não tenho os méritos que engrinaldaram esses dois vultos imorredouros da gente paulista. Tentarei fazê-lo de outra maneira, a qual, não esclarecendo o objeto do trabalho da forma minuciosa, por que o fizeram os dois grandes genealogistas, dará entretanto um golpe de vista geral, sendo muito mais uma síntese sociológica do que um trabalho de análise, tal como realizaram os dois ilustres paulistas referidos. Aproveito o trabalho deles no referente ao passado anterior à imigração.
Quando digo preexistentes, refiro-me a essa gente que representou tantas cenas grandiosas na história de São Paulo, no palco planaltino projetando-se em movimentos tentaculares pelas