selvas sul-americanas. Quero dizer, com isso, a gente admiravelmente analisada por esses dois grandes paulistas, no decurso da nossa história dos três primeiros séculos.
Tenho então a intenção de evocar a gente que realizou o prodígio das bandeiras e a plantação da lavoura cafeeira paulista, esse formidável acumulador de energias humanas, a mais esplendorosa manifestação da grandeza agrícola do homem na superfície do planeta.
Com este trabalho tentarei delinear um modesto esboço do que têm sido as populações paulistas em continuação a esses surtos memoráveis, com ele farei o possível por mostrar que gente diversa veio e ainda vem se superpondo à base preexistente.
Esta, porém, é que marca os moldes do nosso processo evolutivo conformando-nos a estrutura, dosando-nos a feição, traçando-nos as rotas, apontando-nos o caminho, dirigindo-nos os passos e marcando-nos os luminosos objetivos.
Seguimos a fatalidade de uma marcha iniciada nos dias nevoentos do povoamento humilde, com os companheiros homéricos, mas apoucados; de Martim Affonso. O fenômeno da expansão bandeirante foi um imperativo da continuidade histórica do capítulo monumental do povoamento e as grandezas que lhe sucederam, nada mais foram que consequências de uma determinação da qual ninguém poderia fugir.
A gente paulista que se vem formando depois da imigração de 1888 para os nossos dias, poderá ter variado na sua composição racial. A sua marcha evolutiva está porém fatalizada. O mesmo "berço esplêndido" que produziu o bandeirismo ou a formação da lavoura de café é o que impera. Eis a mesma mesologia geográfica, com a mesma climatologia, o mesmo solo, a mesma configuração etc. a servir de ambiente externo para a nossa gente. Seja esta qual for, ela terá de ser sempre superior; ela terá sempre que produzir fenômenos humanos-sociais ofuscantes.
É o que testemunhamos e podemos estar seguros de que isso que vemos haverá de se repetir.