continuem a empregar a palavra txi-kantú também no sentido alterado.
Na investigação da religião dos Kaingang de Palmas considerei característico que sendo nesta tribo o culto aos mortos de importância predominante, não fosse possível deparar uma crença em outros espíritos e demônios. Se há essa crença, manifesta-se, em todo caso, tão pouco, que seu papel é insignificante. Não se pode supor que essa crença tenha sido desalojada pelo cristianismo, porque ambas podem existir sem conflito, uma ao lado do outro, ou misturados uma com o outro, como vemos entre outros índios catequizados. Além disso, o cristianismo dos Kaingang limita-se às formas externas, porque eles só querem tornar-se iguais aos vizinhos brasileiros. Como estes, os índios celebram as festas da igreja: primeiramente a reza, depois o baile com a guitarra e a cachaça.
É digno de nota que os Kaingang de Palmas não tenham nem abstenções religiosas nem médicos-feiticeiros. Não acreditam em causas mágicas das doenças. Não sabemos como os seus antepassados pensaram a este respeito. Estes "viviam de ideias", no dizer do velho chefe do "Toldo das Lontras". Isso quer dizer: levavam no espírito a imagem de um mundo que explicava e permitia compreender aquilo que os sentidos percebiam, de maneira que a fantasia ficasse satisfeita. Parece que hoje em dia a fantasia não tem mais fome...
Entre os Bororo das missões, o cristianismo e a antiga religião da tribo existem separadamente. O trabalho espiritual dos padres leva os alunos de manhã e à noite