correspondente estado de evolução das tribos perecidas, situação essa que conhecemos pela história.
As causas da perda de cultura referidas acima, exercem-se também sobre os índios aqui tratados.
A diminuta capacidade de assimilação é ainda reforçada, por exemplo, pela consciência da própria nacionalidade, quando os Kaingang de Palmas dizem que os seus remédios só podem curar a gente de sua tribo, podendo os brancos ser curados só pelos remédios dos brancos, ou quando os Bororo não querem ser considerados como brasileiros, mas somente como Bororo. Também o conto com o qual os índios explicam porque usam o arco e a flecha, e os brancos as armas de fogo, não indica sentimento de inferioridade. Esta narração, com variantes (v. A. Métraux: La religion des Tupinambá et ses rapports avec celle des autres tribos Tupi-Guarani, Paris, 1928, 20), já estava divulgada entre os antigos Tupinambá da costa brasileira, sendo conhecida hoje ainda no Chaco entre os Chiriguano e Toba. Tem ela entre os Bororo das missões o teor seguinte: "Deus mandou o branco e o Bororo atirarem com o fusil e com o arco. O branco não era capaz de atirar com o arco, por isso recebeu o fusil. O Bororo não era capaz de atirar com o fusil, por isso recebeu o arco". Uma vez, quando viajei com a minha gente em canoa pelo Araguaia, não atendendo um Karajá que, da margem, nos oferecia uma tartaruga para comprar, gritou este finalmente: "Parece que vocês tem medo de Karajá?" - E entre os Tapirapé, um órfão descuidado que era o alvo das travessuras de toda