A escravidão africana no Brasil; das origens à extinção

"Há uma questão que tem agitado a opinião, e que não posso deixar em silêncio, pois que a ninguém desejo iludir. Refiro-me à questão do elemento servil. Entre os que, levados por espírito humanitário, não dão à questão toda a importância que ela tem, com relação à desorganização do trabalho, e aqueles que se preocupam exclusivamente dos inconvenientes dessa desorganização, o Gabinete ocupará a posição que lhe é aconselhada pelos verdadeiros interesses do país, de acordo com as luzes do século e os respeitáveis sentimentos de humanidade.

O ministério favorecerá, sem quebra do respeito à propriedade, a evolução que se opera, do trabalho escravo para o trabalho livre, evolução que se pode conseguir naturalmente pela melhor execução da lei de 28 de setembro. A elevação do fundo de emancipação, o imposto sobre transmissão na venda de escravos, a proibição de semelhante comércio entre as províncias, são medidas propostas e que merecem o assenso geral do país. O Governo as julga no caso de serem adotadas, curando, ao mesmo tempo, da educação dos ingênuos, em número já avultado".