A educação pública em São Paulo

O pessimismo destruidor, na sua agressividade impertinente, está condenado por si mesmo a desaparecer. O cansaço de investidas e escaramuças, sem frutos e sem consequências, em lutas a que falta objetivo alto e preciso, acaba reconciliando-o, por um fatalismo resignado, com todas as situações. Somos francamente otimistas a respeito de nossas possibilidades e de nossos destinos. Por isto mesmo é que achamos por um lado necessário todo e qualquer esforço que, partindo da crítica, tenha por fim a obra de reconstrução, e prejudicial por outro lado, o otimismo farto e radiante, de braços cruzados e de língua atada. Sincero em alguns por uma tocante candura e calculado em outros por visível interesse, não boceja palavra senão quando se vê perturbado no gozo de sua paz burocrática. Ninguém acorda fora de horas sem mau humor...

Ora, nada mais útil e oportuno do que agitar uma questão que só lucrará com o debate franco, cujos rumores poderão despertar, para o trabalho fecundo, aqueles que por ventura já cuidavam ter soado a hora de descansar indefinidamente sobre as soluções encontradas. O problema do ensino e da educação é desses que, para serem resolvidos, não admitem tréguas longas ao trabalho de adaptação às novas necessidades e às novas ideias. Tanto mais quanto todos sentem a necessidade de se projetar um pouco de luz na cerração densa de ideias flutuantes que dominam o ensino primário e normal e nos têm levado, na sua organização, a erros, a vacilações e até mesmo a preocupações regressivas. De fato parece

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