INTRODUÇÃO
Em 1926 ainda fazia n'O Estado de S. Paulo a crítica literária que me fora confiada desde 1924 e cujos estudos, aí divulgados, se enfeixaram mais tarde no meu livro Ensaios. Acabava então de realizar, para esse grande diário, um inquérito sobre arquitetura colonial quando Júlio de Mesquita Filho me incumbia de organizar um outro, sobre a instrução pública em São Paulo. Espantou-me a princípio a tarefa para a qual, sem vislumbres de modéstia, não me sentia realmente preparado. É verdade que já havia feito um inquérito sobre arquitetura colonial, sem entender grande cousa do assunto quando recebi o convite para promovê-lo, e sem outro preparo que um mês de estudos... Não me parecia, porém, que, com um esforço igual, conseguisse habilitar-me a tratar de matéria ainda mais difícil e complexa, como a de educação e ensino que, envolvendo questões de filosofia, política e técnica, não podia ser abordada senão com informações precisas sobre os sistemas educacionais modernos e especialmente sobre o de São Paulo e o do Brasil, em geral. Nesses domínios, os meus conhecimentos não ultrapassavam ainda as fronteiras de duas especialidades: da educação física a que me dedicara durante