Alexandre Rodrigues Ferreira. Vida e obra do grande naturalista brasileiro

De raro em raro, quando se lhe afigurava conveniente, citava a data, em seguida a alguma declaração, como ocorreu ao assinalar o número 41 (memória sobre o esgueiro) em que se lê "É original da mão do autor Alexandre Rodrigues Ferreira Lisboa 20 janeiro de 1849 - Drummond". Salvo caso análogo, de fácil identificação, nenhuma observação mais penetrante dedicou ao espólio recebido, em que nem ao menos joeirou os ensaios alexandrinos dos escritos alheiros.

Porque não traziam assinatura alguma, como, aliás, era também costume do naturalista, foram todos de cambulhada inscritos em seu nome. Os "Roteiros" citados, como outras memórias, merecem conhecidos, sem dúvida, embora não tenham sido organizados por Ferreira.

A certeza de autoria alheia, na elaboração dos ensaios catalogados por Costa e Sá e seus incautos seguidores, nem sempre fácil de provar-se, dilui-se em simples suspeitas, quando consideramos algumas outras a saber:

n° 91 - Relação de todos os bichos do Estado do Grão Pará, que se remetteram às quintas reaes, pelo Sr. João Pereira Caldas, 1763-1779.

Por essa época, achava-se ainda Ferreira em Portugal e não poderia, portanto, relacionar nenhuma remessa feita em Belém, quer de animais, quer de plantas, como consta, logo adiante.

n° 92 - Relação das madeiras do Estado do Pará, de que foram amostras à Secretaria do Estado da Marinha, remettidas pelo Governador Capitão-General João Pereira Caldas.

Próximo, segue-se-lhe o ensaio, numerado 94, com o título Virtudes, preparação e uso da raiz de caninana nas enfermidades venereas, tanto recentes como chronicas, que será, porventura, do naturalista, ou mais provavelmente de algum cirurgião contemporâneo. Somente o exame do códice em que não deitamos os olhos, poderá esclarecer a dúvida. Assim também ocorre acerca do

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