Alexandre Rodrigues Ferreira. Vida e obra do grande naturalista brasileiro

dos conhecimentos científicos de Alexandre Ferreira, algum dia equiparado, por outrem, a Humboldt.

Certo, a tamanhas alturas, em que se laureou de glórias o berlinense, não se elevou o baiano, nem a fortuna lhe prodigalizou iguais facilidades a uma carreira vitoriosa.

Seria mais metodicamente desenvolvida a inteligência do outro Alexandre, mas releva notar que, apesar de ter ouvido a Werner em Freiberg, e os professores da Universidade de Goettingen, e percorrido, em viagem de aperfeiçoamento de estudos, os centros intelectuais mais afamados da Europa, não dispensou a companhia de Aimé Bompland, com quem transpôs o Atlântico, a bordo do "Pizarro", ao findar o século XVIII.

De Venezuela a Cuba, nos primeiros meses, de Quito ao México, exploraram quanto era próprio de atrair-lhes a curiosidade, fossem planuras apauladas, ou vulcânicos picos andinos, pelos quais marinharam.

Mas, em meado de 1804, regressava Humboldt à Europa, com a colheita de quatro anos de peregrinação, menos da metade da permanência de Ferreira no Brasil.

Não obstante, o resultado só se incorporaria integralmente à ciência, depois de dous decênios de porfiados estudos em Paris, onde não lhe faltaram colaboradores do naipe de Cuvier, Gay-Lussac, e outros, mobilizados em cada especialidade.

Mimara-o, desde o berço, a abastança, para lhe deixar o espírito livre de cogitações subalternas. Vivera entre sábios, que o animavam e ajudavam a prosseguir nas pesquisas.

Contemporâneo dos renovadores de doutrinas explicativas dos fenômenos naturais, avançara bastante em idade, para sobrancear na velhice verde, aos, conhecimentos da sua geração, que sintetizou no Kosmos - a epopeia da sciencia, consoante a expressão glorificadora de Latino Coelho.

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