Alexandre Rodrigues Ferreira. Vida e obra do grande naturalista brasileiro

a que trata do Rio Negro, do Madeira, a defesa dos direitos portugueses às terras do Norte, seriam suficientes para alicerçar a nomeada de um ecólogo, ainda mesmo que desaparecessem as memórias de menor tomo e até o Diario da Viagem, a exemplo do que sucedeu com as suas observações botânicas.

Maior não seria a bagagem legada por Azára, que, pela mesma época, explorou as regiões platinas, especialmente o Paraguai onde penetrou em princípios de 84, com os conhecimentos adquiridos na Academia militar de Barcelona.

Apesar do gênio irritadiço, que lhe atribui André Lamas,(128) Nota do Autor mereceu os gabos com que o general Mitre lhe lembrou o concurso para o devassamento do vale paraguaio.

"O nome de Azára, conceituou o polígrafo argentino, vinculado perpetuamente ao Rio da Prata, é uma glória universal, mas o é principalmente das regiões, às quais consagrou vinte anos de trabalhos e de meditações, inspirado pelo amor da ciência, pelo culto da verdade, pelo interesse que lhe inspirava a condição futura daquelas regiões."

Mais incisiva ainda é a opinião de Martin de Monssy, ao tratar da Descriptión Geographique et Statistique de la Republique Argentine em 1860.

"Azára foi o primeiro homem que seriamente tratou da história física do Rio da Prata, e os resultados das suas viagens, publicados em Paris, em 1804, foram uma verdadeira revelação sobre essas regiões."

"Ele escreveu a sua Zoologia quase completa, e as suas observações sobre as tribos indígenas foram as mais exatas até então publicadas."

"A história natural, a economia política e social, tudo foi tratado por ele e o seu livro foi, no fim do séc. XVIII, o repositório mais minucioso mais instrutivo e

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