Alexandre Rodrigues Ferreira. Vida e obra do grande naturalista brasileiro

Há páginas e partes inteiras onde a verbosidade cansa e onde as paráfrases e minudências se acumulam de modo incomodativo.

Como informador oficial, como funcionário público, A. R. Ferreira era inexcedível.

Era corajoso navegante e explorador aguentando com serenidade de ânimo e com invejável estoicismo todos os infortúnios e as amarguras que costumam apresentar estas empresas.

Quanto à etnografia, não poderei fazer os mesmos encômios. Não que A. R. Ferreira tivesse deixado de ocupar-se dele, pelo contrário. Mas a leitura daquilo que ele escreveu sobre este ramo de ciências sempre me deixa a impressão que ele não aprofundou os seus estudos sobre os indígenas tanto como a atualidade deseja.

Não vejo um vocabulário, nem em parte alguma qualquer tentativa de um agrupamento aborígene, de filiação baseada em semelhanças e diferenças linguísticas e étnicas."

Goeldi

"Resta-nos encarar A. R. Ferreira como naturalista. Sempre reconhecemos o zelo, a dedicação e a admirável boa vontade, que o nosso protagonista desenvolveu neste campo de trabalho.

E apesar de tudo isto, o que A. R. Ferreira deixou de manuscritos seus sobre zoologia e botânica é de pequeno calado científico.

Nota-se a mesma cousa como nas memórias etnográficas, não há um eixo fixo, sólido, ao redor do qual se agrupem e se coordenem naturalmente as ideias.

Nunca aprofunda qualquer questão de anatomia, de embriologia, de sistemática ou de distribuição geográfica.

Não pôde passar por especialista nem em zoologia, nem em botânica, nem em mineralogia ou geologia."

E. Goeldi

"O mérito capital de Alexandre Rodrigues Ferreira é sua imensa atividade, seu jeito para acumular notas e observações.

Seu maior defeito é a falta de uma vista, de conjunto, a falta de uma doutrina geral. Devemos publicar-lhe as obras, como um

Alexandre Rodrigues Ferreira. Vida e obra do grande naturalista brasileiro  - Página 244 - Thumb Visualização
Formato
Texto