Alexandre Rodrigues Ferreira. Vida e obra do grande naturalista brasileiro

A primeira tentativa, porém, ia-lhe em meio, quando lhes sobrevém rijo vento ponteiro, que os faz retroceder.

Pelas três da tarde, aportam à fazenda de J. J. Henriques, onde economizam forças para nova investida, iniciada à meia-noite e um quarto.

De começo, nenhuma dificuldade se lhes deparou à marcha, que se tornou, todavia, perigosa, do meio para o fim. Ventos tempestuosos partiram uma das velas, e levantavam ondas, que pareciam querer cobrir a embarcação inadequada a contrastá-las.

Ao cabo da travessia, saltaram, sãos e salvos, domingo pela manhã, em Monforte, onde o naturalista poderia refletir a respeito dos perigos vencidos, a que se refere na memória: "eu cuido que uma das minhas maiores felicidades é a de haver escapado das nove correntezas que nesta baía atravessamos."(16)Nota do Autor

E pôs-se a inquirir dos habitantes da vila, outrora Joannes, a razão do nome, que se generalizara a toda a Ilha.

Explicou-lhe-a sargento-mor Severino, índio que tinha as tradições de sua gente, moradora daquelas paragens, onde também viviam os aruans, ingaíbas e outros.

Chamavam-se Juioannes os seus avós, que deram nome à aldeia, ancestral da vila de Monforte, em que se transfigurou, quando Mendonça Furtado mandou lusitanizar a toponímia dos povoados. Outras informações colheu do septuagenário íncola, a respeito do passado histórico de sua terra, quando viviam em luta permanente as tribos inimigas, até a chegada do invasor, que as dominou, a todas.

Na distribuição das conquistas, coube esta aos ascendentes de Luiz de Souza Macedo Aragão Vidal, quarto e último Barão da Ilha Grande de Joannes, de quem

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