infante D. Enrique, não somente neste reinado, como na regência do infante D. Pedro, e governo de Afonso V. Estava imprimido o impulso às descobertas marítimas, e nada mais o deteria, nem a morte do navegador, nem inúmeras perdas de vidas no mar.
Entusiasmara-se o povo, acicatado pela febre de lucro, ante as expedições à África que voltavam pejadas de cativos negros e mercadorias novas. Todos agora queriam participar de navegações ultramarinas, esquecidos das queixas que antigamente proferiam contra as despesas, julgadas excessivas, do infante.
D. João II (1481-95) ia concorrer para o esplendor dos descobrimentos. Vencida a turbulência da nobreza, livre de peias, atirou-se o príncipe perfeito às mais vultosas empresas que Portugal jamais intentara. Tenaz, arguto, extraordinariamente versado em assuntos coloniais, D. João II lançou tão dilatadas bases às conquistas de Portugal, que ainda hoje, apesar da ação do tempo, imponentes domínios lhe remanescem.
Em 1495 expirava quem soube juntar dons políticos ao amor das ciências e artes. Sucedeu-lhe o primo D. Manoel, da casa de Bragança, de antonomásia o Venturoso, pela felicidade que teve em colher a messe semeada pelo predecessor. No seu governo, Portugal atingiu ao ápice da grandeza. Vasco da Gama descobria o caminho das Índias, Lisboa vencia o comércio do Mediterrâneo, Cabral encontrava o Brasil.
As descobertas trouxeram, infelizmente, prosperidade mais repentina que benéfica. Não se firmavam as riquezas de Portugal em produções do próprio solo, mas em fatores externos sempre