Formação histórica da nacionalidade brasileira; Primeiros povoadores do Brasil; 1500-1530

aleatórios. A organização portuguesa conservou este lado frágil em confronto com as outras potências europeias. Não dispunham os lusos da ativa indústria dos flamengos, nem dos recursos de todo gênero da França, nem dos capitais italianos. Portugal sempre foi tributário de alguém ou de muitos ao mesmo tempo, e o produto da sua coragem e longa pertinácia tinha de cair, pela força das circunstâncias, em mãos estranhas.

A NOBREZA E O CLERO

Fernão Lopes, cronista de D. João I, descrevendo a alteração da sociedade portuguesa em consequência das lutas pela posse do trono, afirmava ter havido tamanha mudança nos homens e nos costumes "que se levantara outro mundo novo". Apesar do exagero, inevitável em todo historiador antigo português, os acontecimentos haviam de repercutir intensamente no meio em que o escritor vivia. A luta caraterizara-se pela divergência entre povo e grande parte da nobreza, ou melhor, entre a burguesia das cidades e o esboço de regime feudal que havia no país; a "arraia miúda" declarada pelo mestre de Avis, os nobres por Castela. Serviram os despojos dos vencidos, depois da vitória de D. João I, para recompensar os parciais do vencedor. Os defensores do rei de origem plebeia adquiriram foros de nobreza, exibiram prodigamente o Dom, e absorveram não somente os cargos, como os nomes e linhagens dos proscritos.

Essa nova sociedade, mesclada com a antiga, ia se engolfar no ciclo dos descobrimentos. Riqueza,

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