a monarquia onerada, e um grupo de parentes sempre dispostos a se rebelarem assim que se lhes tocava nos abusivos privilégios. As cortes reunidas em Évora (1481-82), deram ensejo a gerais reclamações do povo contra as exações da nobreza. Vieram as queixas ao encontro das intenções reais. O progresso das ideias da Renascença consubstanciadas no Direito Romano, difundido pelos glosadores de Bolonha, inspiravam o Princípio da Autoridade levantado pelos monarcas contra a anarquia do feudalismo. Os estorvos trazidos à vida do país pela tributação antieconômica dos grandes e eclesiásticos uniam os interesses do soberano aos do povo. O absolutismo da época surgiu apoiado na vontade popular. Esta tendência foi alimentada e dirigida por D. João II, até remover a maior parte dos estorvos que antolhavam o poder monárquico. Desde então, o rei de Portugal governou absoluto até D. João VI.
A nobreza nunca mais interveio nos destinos do reino, a não ser em 1640 quando conspirava para colocar outro duque de Bragança no trono. A restauração pouco alterou o costume da escolha entre áulicos dos esteios da Fazenda. Constituíam os nobres, tradicionalmente, o elemento guerreiro que velava pelas armas sobre a integridade e gerência dos bens da nação na metrópole e colônias ultramarinas.
Durante o tempo em que Portugal monopolizou a especiaria, os cargos na Índia tornaram-se fator de enriquecimento. Inúmeros foram os abusos então praticados (inspiraram a Arte de Furtar onde estão mencionadas algumas modalidades do peculato no oriente), cada qual mais nocivo ao