Formação histórica da nacionalidade brasileira; Primeiros povoadores do Brasil; 1500-1530

tesouro. Tiveram os governos de ceder percentagem dos lucros a governadores e feitores para salvar o restante. Incrementou-se nesta altura o hábito de luxo contraído pelos grandes chegados ao poder. Por vezes tanta era a dissipação que já no oriente se vaporava o produto do proconsulado.

O DECLÍNIO

A nobreza lusa apresentava no século XV semelhanças físicas com o povo da sua terra de origem. Certos panfletários modernos quiseram, com intenção política, dividir as populações portuguesas em castas, atribuindo aspecto nórdico à aristocracia descendente dos visigodos e tipo mourisco à plebe. Entretanto, viajantes estrangeiros do século XVI notavam em Portugal a mesma confusão étnica que hoje se verifica. Loiros e morenos, ruivos e trigueiros, braquicéfalos ou dolicocéfalos eram encontrados sem uniformidade na fidalguia palaciana, nos senhores de castelos roqueiros, no burguês das cidades e no homem do campo. Só apareciam equivalências somáticas entre habitantes da mesma região, num espaço muito reduzido. Os vizinhos já diferiam, inda fosse pequena a distância.

Nas assembleias do paço, onde se reuniam fidalgos vindos de todo o reino, o minhoto, provavelmente, se assemelharia mais com os próprios servos que a seu par do Algarve, ou Alentejo. Nos príncipes de sangue via-se a mesma heterogeneidade. A um D. João III, moreno, tipo bem meridional, seguia-se D. Sebastião, loiro como flamengo,

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