de olhos azuis, aparência voluntariosa e obstinada.(5) Nota do Autor
Ao chegar às vésperas da ocupação estrangeira, no reinado de D. Sebastião, o germe corruptor das conquistas penetrara em todas as classes. Da grandeza em ocaso só restava, na estirpe dos vice-reis da Índia, a prosápia nobiliárquica, a sede de fausto, a vaidade exasperada sob ostentação ocultando miséria.
Salvava-se o ânimo combativo. As praças da África serviam para adestrar os nobres, prestando-se às correrias armadas, levadas a cabo fora de portas contra os mouros, à guisa de training da arte da guerra. Quis D. Sebastião, inexperiente e insofrido, a glória de "vencedor dos infiéis", que imortalizaria seu nome e lhe granjearia o reino dos céus. Para acompanhá-lo em África, os nobres acabaram de comprometer os cabedais na Europa. Dispersaram o que lhes restavam das rapinas do oriente, em armas, cavalos, séquito e outros preparativos de campanha. Pouco se lhes dava arruinarem-se no luxo; o rei os ressarciria depois da conquista com tenças, doações e vice-reinados.
O desastre de Alcácer Quibir foi um terrível abalo para a nobreza duma monarquia, em que desde muito os Welser, Fugger, Marchione,