Formação histórica da nacionalidade brasileira; Primeiros povoadores do Brasil; 1500-1530

de D. João II. A queda de Andaluzia e Granada impossibilitava entre os espanhóis a existência de milhares de israelitas, dantes tolerados pelos árabes. Sob o novo regime, traziam aos vencedores sem número de tropeços de toda ordem, religiosos, políticos e econômicos. A pressão que por esse motivo vieram a sofrer obrigou-os a expatriarem-se. Do outro lado da fronteira, D. João II, homem prático por excelência, cobrava um tanto por cabeça, transformando as desgraças alheias em nova fonte de renda.

Os limites de Portugal alcançados desde o século XIV, tinham-lhe favorecido a unidade, sem problemas étnicos ou morais que acarretassem prejuízos ao reino. Em semelhante terreno, a permanência dos judeus não suscitaria conflito agudo no começo, como acontecera na Espanha ainda em formação, dividida por lutas de raças e crenças. O português, sensual e rústico, é um poderoso elemento de mestiçagem, tão forte que raros são os obstáculos capazes de pô-lo em cheque. Não viriam, portanto, da sua parte, as primeiras dificuldades da convivência de judeus e cristãos. Outras foram as causas que despertaram finalmente o zelo do rei e o ódio do povo.

O judeu possui grandes predicados. Um dos mais visíveis é a tenacidade, outro, menos perceptível, é a sutileza. A julgar pelas aparências dá-nos impressão de espírito irrequieto, anárquico, pouco construtivo, admirável adaptador, e como tal, convicto da superioridade dos seus recursos sobre os de outras raças. O complexo trouxe-lhe,

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