de servos, especializados na multiplicação dos serviços os mais leves e triviais, com a atenção solícita e medrosa dos animais domados. A dona pastoreava em chinelas com o cipó ou a palmatória o gado doméstico, ralhando com as crias, tomando conta aos "pretos de ganho" e tirando à noite o bendito à recua da famulagem. Aos domingos saía para a missa nos véus de festa, e na saia de tule bordada, rebocando os moleques do séquito ou ia à visita, transladando em congás e samburás as roupas de muda, para o acantonamento por um dia ou mais, atulhando a casa amiga com a carga dos cacaréus e uma população inteira de agregados. Outras vezes, o giro se fazia na cadeirinha que dous latagões negros suspendiam... O marido lia ou ouvia ler as folhas, envergava a casaca ou o jaleco, abrindo-se com amigos nos livreiros ou barbearias sobre os escândalos do governo ou sobre as excelências tegumentosas da mulatona e amásia, sobrecarregado pelo farranchos de filhos e parentes que lhe parasitavam o ordenado, as férias ou as rendas. Passava-se o tempo. Crescia a descendência. Coimbra ou as academias de São Paulo e Recife eram o melhor dos sonhos; o emprego público o único refúgio para colocar os rapazes. As meninas casavam por uma olhadela na novena, pelo bilhete