às mutualidades de grupinhos, à maçonaria de contubérnios...
A solidão para os verdadeiros intelectuais é, além de profilaxia, uma expressão insignificativa, desde que passe a exprimir estado pessoal. No abandono de único, num cárcere ou num deserto, as imagens internas acodem sempre, povoando o ambiente mais agressivo e mais vazio da companhia que se deseja. Gostava Descartes de andar desconhecido pelas ruas de Haia e cais de Amsterdã; nesse exercício, o solitário comunicava-se com o mundo e regia o pensamento universal. Rousseau gabava os prazeres do isolamento. A imaginação inspira-se no silêncio, o seu gozo é procriar, e o deserto de em torno como que oferece o espaço livre às expansões da inteligência. Pascal não se referiu à solidão, cavando-se-lhe no entretanto à ilharga o abismo em que se lhe engolfaria a perspicácia do infinito e da imortalidade. Euclides esmarcava o insucesso, fugindo da rua do Ouvidor, onde se lançavam ao público pela primeira vez os volumes de Os sertões...
O homem é tanto mais forte, quanto mais só; o conceito ibseniano perde a névoa de contradição, ligando-se-o ao feitio sobranceiro e incomutável de Euclides. Não se lhe conheceram