Assimilação e populações marginais no Brasil; estudo sociológico dos imigrantes germânicos e seus descendentes

e temperadas do nosso país, embora a adaptação apresente dificuldades iniciais, em numerosos indivíduos. Papel mais relevante do que a adaptação passiva, tem, hodiernamente, a adaptação ativa e os inúmeros processos acomodativos no terreno da cultura material e espiritual. A cultura material dos atuais colonos apresenta um aspecto pelo menos parcialmente original. Uma superioridade relativa dos núcleos recentes sobre os núcleos mais antigos, é inegável.

As indicações estatísticas sobre a população brasileira de origem germânica, são falhas e inexpressivas para o problema de assimilação.

Entre os fatores que se opõem à assimilação rápida dos emigrantes, pode-se citar o conflito mental entre os exageros da espectativa, nutrida pela propaganda, e a realidade bastante difícil, mormente para as primeiras levas. Mais do que esse obstáculo, porém, é o insulamento cultural dos núcleos que tornava simplesmente impossível a assimilação, facilitando, no entanto, a formação de traços culturais distintos e relativamente autônomos. Daí resultam situações de conflito entre os núcleos antigos e as levas imigratórias mais recentes. O insulamento cultural das colônias teuto-brasileiras cedia a uma penetração lenta à medida que os núcleos se expandiam economicamente, os seus filhos procuravam a sua formação intelectual nas cidades brasileiras e à medida que magistrados brasileiros, funcionários, militares e representantes das profissões liberais iam fixando residência nas zonas de colonização germânica.

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