Assimilação e populações marginais no Brasil; estudo sociológico dos imigrantes germânicos e seus descendentes

conciliar ou fundir o sentimento étnico germânico com o sentimento nacional brasileiro, na tentativa de estancar o processo de transição (marginalidade) de uma cultura para outra.

Aos grupos marginais atribui-se a função de efetuar a primeira etapa da assimilação ao novo meio, evitando, sobretudo, desajustamentos sociais. Como instrumento importante nesse sentido é considerada a imprensa em idioma estrangeiro. Mas se ela tivesse somente essa função, sua importância devia diminuir com a diminuição da imigração que realmente se deu nos Estados Unidos, mas não no Brasil. Entre nós ela tem, como se vê facilmente de certas publicações típicas, a função de transformar os grupos marginais em minorias étnicas. Tais tendências se baseiam, frequentemente, em representações coletivas sancionadas pela opinião pública e transmitida de geração à geração. Assim, preconceitos contrários à assimilação, podem ser não somente eternizados, mas consideravelmente reforçados pela cismogênese.

A cultura marginal chama a atenção do observador, antes de mais nada, sobre o linguajar dos colonos. Além de apresentar, geralmente, combinações variadas de dialetos germânicos, a língua das populações marginais é riquíssima em vocábulos portugueses, em grande parte, corrompidos ou germanizados. Contamos 378 termos portugueses em cuja introdução se refletem determinadas condições sociais e técnicas. Quanto à permeabilidade

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