Assimilação e populações marginais no Brasil; estudo sociológico dos imigrantes germânicos e seus descendentes

quase nunca porém, pela propaganda de um ideal étnico ou racial.

No campo educacional é preciso distinguir a educação meramente incidental exercida pelo meio social sobre os imigrantes e seus descendentes e a educação sistemática pelas escolas. O processo de brasilização tem sido até hoje, quase unicamente incidental. As escolas particulares dos grupos marginais, embora conservassem certos traços culturais germânicos, diferem em sua organização, seus processos didáticos, sua eficiência moral e intelectual, completamente das escolas da Alemanha. A diferenciação das escolas pela organização, pelos recursos, pelo espírito orientador, é muito pronunciada. Ao passo que numerosas escolas católicas em nada se distinguem das escolas públicas brasileiras, as escolas protestantes tencionam, pelo menos parcialmente, transmitir valores e ideias destinadas a transformar os grupos marginais em minorias étnicas. Foi fácil provar essa tendência pela análise de livros didáticos.

No campo de direito assimilamos o embate das duas concepções do ius sanguinis e ius soli. No ponto de vista marginal que procura conciliar o étnico com o nacional, transparecem sobrevivências do "direito de sangue". Vestígios semelhantes também se manifestam nas atitudes da população brasileira em geral, que costuma classificar os indivíduos pelas marcas raciais. Esta como a atitude contrária apoiada em concepções extremadas do ius soli, prejudicam a assimilação.

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