História do pensamento econômico no Brasil

Engels foram talvez os primeiros a pôr em relevo essa questão. Este último asseverou que as ideias econômicas sobre a produção mercantil, o câmbio e as relações mercantis e monetárias surgiram na Antiguidade, no Egito, remontando a 3.500 ou cinco mil anos e, na Babilônia, a quatro mil ou seis mil anos antes de nossa era.(10) Nota do Autor

Com efeito, na Bíblia, podemos observar o que o homem primitivo pensava da sociedade do seu tempo e das transformações por que passava. O Livro dos Reis, com os lamentos e os protestos dos profetas, nos dá ideia da divisão entre ricos e pobres na monarquia hebraica.(11) Nota do Autor No antigo Egito o monarca (faraó), como chefe do Estado, tinha direito sobre todas as terras, nas quais o povo trabalhava, recebendo em troca uma quarta parte da colheita, sendo o restante distribuído entre funcionários, soldados, operários industriais etc., constituindo-se uma reserva para as épocas de escassez. Os funcionários do governo controlavam o trabalho dos manufatureiros, transmitindo-se o ofício de pai para filho. Os babilônios e assírios possuíam uma produção agrícola bastante parecida com a dos egípcios, repartindo-se a propriedade entre o rei, os templos e os particulares, havendo armazéns para empréstimos aos pobres e doentes. O Código de Hamurábi regulamentava a produção industrial, além das relações entre aprendizes e mestres, como fariam mais tarde os grêmios da Idade Média. Os fenícios, navegadores por excelência e hábeis mercadores, organizaram uma rede de comércio ao longo do Mediterrâneo, inaugurando, talvez, a era do mercantilismo. Os persas reuniram um grande império, dividindo-o em satrapias (províncias) que pagavam tributos à autoridade real em moeda nacional bimetalista (ouro e prata). Os espartanos constituíam casta de guerreiros que dirigia uma agricultura trabalhada pelos hilotas, ou seja, prisioneiros de guerra agregados à terra como servos.(12) Nota do Autor

O pensamento econômico grego é mais conhecido e contém efetivamente alto interesse, com observações por vezes geniais. Seus expositores principais foram Xenofonte, Platão e Aristóteles, que viveram entre 400 e 300 anos antes de nossa era. Os três pertenciam à classe aristocrática, refletindo suas opiniões, portanto, os interesses dessa classe. A sociedade grega, sendo

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