escravocrata, não considerava a indústria ocupação digna de homens livres, assim como o comércio. Xenofonte e Platão viram e compreenderam a importância da divisão do trabalho para o desenvolvimento do mercado. Platão sentia repugnância pelo trabalho físico, considerando-o indigno dos filósofos e militares, tendo também dedicado atenção à questão do dinheiro, como medida e signo do valor. Aristóteles, o mais profundo dos três, distinguia duas espécies da arte da riqueza: a economia e o comércio, considerando o lucro do dinheiro contrário à natureza. A crematística, por ele condenada, era o intercâmbio com fins unicamente lucrativos, afirmando ser com "justa razão que nos repugna a usura". Foi igualmente o primeiro a descobrir o valor de uso e o de troca de mercadoria.(13) Nota do Autor
A Roma antiga desenvolveu-se tão amplamente que chegou a incluir a Grécia, a Espanha, a Pérsia, grande parte da Germânia, da África do Norte e do Egito. Nessas condições, a escravidão, base essencial da produção, alcançou maiores considerações do que na Grécia. Como era sobretudo uma sociedade agrícola, possuía proprietários de grandes extensões de terras (latifúndios), que exploravam o trabalho de escravos conseguidos através das guerras de conquista. Márcio Pórcio Catão, em seu tratado De agricultura, depois de tecer loas à agricultura teve-a na conta da ocupação mais digna, censurando os usurários e considerando os comerciantes uma calamidade perigosa. Marco Terêncio Varrão, embora mais conhecido como arqueologista e historiador, escreveu De re rustica, na qual achava ser a utilização do trabalho escravo a forma de melhorar a agricultura.
Essas manifestações mostram como em Roma continuava a desenvolver-se a economia escravista, embora já se vislumbrasse o perigo de revoltas, havendo quem aconselhasse, por isso, evitar a compra de muitos escravos da mesma nacionalidade. Cícero também julgava a agricultura como a ocupação mais honrosa para as pessoas de sua classe. Lúcio Júnior Moderato Coluna, já nascido em nossa era, opunha-se aos latifundiários, reconhecendo a crise da extensa propriedade de terra. A grande propriedade agrícola eliminava a população livre trabalhadora e as tropas dos exércitos romanos, recrutadas para as conquistas, encontravam-se despojadas de quaisquer bens ou recursos, começando então a luta entre patrícios e plebeus. Surgiu assim o problema agrário, a cuja frente se colocaram os irmãos Tibério e Caio Grano, que propunham