História do pensamento econômico no Brasil

CONCLUSÃO

Em ligeiro balanço do que foi dito, vamos fazer breve síntese dos períodos históricos mencionados, ressaltando os traços mais salientes das várias épocas e as razões da emergência das diversas tendências econômicas, mostrando suas principais características.

Foi somente no fim do século XVIII, na era colonial, quando ainda estávamos presos ao domínio português, que apareceram nossos primeiros economistas, como Azeredo Coutinho, Manuel de Arruda Câmara, Manuel Ferreira da Câmara Bittencourt e Sá, José Bonifácio de Andrada e Silva e Vicente Coelho de Seabra Silva Teles, todos formados em Portugal, fortemente imbuídos do fisiocratismo, tendo atuado principalmente na metrópole, onde estudaram e viveram muitos anos. Era o tempo do esplendor da produção açucareira e da exploração do ouro, bem como da publicação dos primeiros livros sobre nossa vida econômica, como o Diálogo das grandezas do Brasil e Cultura e opulência do Brasil.

Posteriormente, devido às medidas repressivas à nossa expansão, surgem as primeiras manifestações de descontentamento, muito bem condensadas nas respostas ao Inquérito mandado abrir pelo Conde da Ponte, na Bahia. Com a vinda da corte portuguesa e as providências tomadas para sua instalação aqui, as aspirações foram atendidas, iniciando-se um ciclo de prosperidade para o país.

Aparece então, um grupo de administradores brasileiros capazes, como o Intendente Câmara, Manuel Jacinto Nogueira da Gama, Felisberto Caldeira Brant e outros, sobressaindo entre eles a figura insigne de Cairu, o propagador do ensino da economia política entre nós.

No Primeiro Império e Regência, ocupam a pasta da Fazenda 24 ministros, todos eles brasileiros de nascimento ou por opção, professando o liberalismo econômico clássico, aceitando a divisão internacional do trabalho, com nossa posição na periferia econômica, como fornecedores de matérias-primas e de gêneros alimentícios e importadores de produtos manufaturados, dentro do processo vigente no mundo.

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