Na segunda metade do século XIX, durante o Segundo Império, em consequência da riqueza proporcionada pela lavoura e exportação cafeeiras, registra-se considerável desenvolvimento material e social. Cresce a economia urbana, avulta o comércio interno, instalam-se bancos, ampliam-se e melhoram os meios de transportes, nasce a indústria. Tal mudança provoca uma dualidade de interesses na economia, que marcará toda sua evolução daí por diante. Por outro lado, sucedem-se os empréstimos externos, sem finalidades reprodutivas. As crises mundiais refletem-se com maior intensidade sobre nós, complicando ainda mais a vida econômica e financeira nacional. Em torno desses problemas, travam-se debates acirrados no parlamento e na imprensa, discutindo-se a conveniência da pluralidade ou da monoemissão, da necessidade ou não da expansão bancária, dando lugar à luta entre metalistas e papelistas. Com a criação da cadeira de economia política nas escolas de Direito, fundadas em 1827, passamos a formar nossos próprios economistas, suficientemente aptos a lecionar a matéria e a discutir com brilho tais assuntos.
A proclamação da República inaugura-se com um plano industrialista de Rui Barbosa, que é logo abandonado devido à ascensão política dos fazendeiros de café, culminando essa orientação com a aplicação do programa deflacionista de Joaquim Murtinho, no governo Campos Sales. A penalização cada vez maior das importações, com a finalidade de aliviar o deficit crônico da receita pública, através das sucessivas reformas tarifárias, permitiu lento, mas constante desenvolvimento industrial, dando origem ao nascimento de uma forte corrente protecionista no parlamento, na imprensa, nas entidades de classe. A Primeira Guerra Mundial, cortando as importações, deu ensejo a outro estímulo à produção manufatureira. A velha dualidade assumia, com isso, contornos mais nítidos e nos centros adiantados do país, como São Paulo, fundavam-se novos órgãos de classe, encabeçados por líderes vigorosos, como Roberto Simonsen. Convencido da importância da industrialização para o país, Simonsen pregava-a aberta e corajosamente, em atividade diuturna e incansável, por todos os meios ao seu alcance.
Perdida a base econômica do café, tragada na voragem do crack mundial de 1929, a revolução de 1930 procura, timidamente, incentivar a indústria, encorajando a exploração do ferro em Minas Gerais, dando os primeiros passos para a implantação da siderurgia, voltando-se para a extração petrolífera.
A Segunda Guerra Mundial, obrigando-nos a outro esforço no domínio fabril, fez com que completássemos a instalação de nosso parque de bens de consumo, colocando a necessidade da