História do pensamento econômico no Brasil

segunda etapa do desenvolvimento industrial, com a implantação da indústria de base. Nessa época, na busca dos mais adequados meios para nosso progresso, tem lugar a controvérsia sobre o pensamento econômico.

Durante essas variadas fases por que atravessamos, aconteceram fatos relevantes que contribuíram para a formação do pensamento nacional, dentro do contexto histórico da evolução das doutrinas econômicas.

Somente na segunda metade do século passado, graças ao crescimento da economia urbana e ao aparecimento da indústria é que surge a reação inicial contra o liberalismo econômico, então predominante. A luta consistia em animar os elementos capitalistas que estavam aflorando. Este era o significado da luta entre metalistas e papelistas, pois os primeiros como parte integrante da escola ortodoxa, sustentavam a teoria do ciclo econômico essencialmente monetário, advogavam a circulação monetária exclusivamente de espécie metálica, controle rigoroso da moeda pelas autoridades federais, sendo céticos quanto às possibilidades de industrialização do Brasil, inclinando-se para o livre-cambismo e para o desenvolvimento do comércio, mostrando-se partidários da monoemissão."(32) Nota do Autor Os segundos eram pela pluriemissão, pela expansão bancária, pelo incentivo do crédito, propugnando a industrialização, estimulando a economia urbana, incrementando os transportes e as comunicações. A esta corrente pertenciam Mauá, Teófilo Otôni e demais homens de negócio, e estadistas como Sousa Franco e outros, estando eles em melhor consonância com os interesses do país.

Este movimento se constitui quando, devido às dificuldades financeiras enfrentadas pelo governo, Alves Branco promulga sua famosa tarifa protecionista, Mauá adquire e transforma o estaleiro da Ponta da Areia, e a abolição do tráfico negreiro coloca em disponibilidade vultoso capital, antes empregado naquele abominável comércio. Era um despertar de negócios que se iniciava, exigindo outra ótica para encarar a nova situação que despontava.

O fim do Império assinala mais um surto industrial, que pode ser assim quantificado: o número de estabelecimentos manufatureiros, que era de 63 no quinquênio 1875-79, passa para 150 entre 1880-84 e para 248 entre 1885-90; a quantidade de operários, nos mesmos quinquênios, aumenta, respectivamente, para 4.230,... 11.715 e 24.369, enquanto o valor da produção evolui, em números redondos, de 35 mil contos para 90 mil contos e 247 mil contos.(33) Nota do Autor Entidades de classe e empresas clamam por protecionismo.

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