História do pensamento econômico no Brasil

sonho medieval de uma cristandade como potência política desapareceu, afirmando-se, em contrapartida, cada um dos grandes Estados como soberano e livre de todo o constrangimento imposto em nome de superior moral.(26) Nota do Autor Estes Estados nacionais empregaram o monopólio como método importante de aumentar o comércio e arrecadar tributos fiscais. É o monopólio fator de domínio do comércio exterior. Formaram-se então as poderosas companhias comerciais privilegiadas, com exclusividade de transações entre as várias regiões do mundo. Como, porém, os esforços dos comerciantes e das companhias não eram suficientes para assegurar o domínio dos lugares longínquos, completou-se tal domínio com o poder do Estado, que ocasionou a concentração da política estatal nos problemas comerciais.(27) Nota do Autor

Outra expressiva modificação da época foi a Reforma. A de Lutero é afirmação tradicionalista e germânica contra o classicismo antigo. É tradicionalismo bíblico e evangélico. Porém a revolta que Lutero levava em si, o transformou em profeta dos tempos novos. A seguir Calvino, com seu dogmatismo paulinista, gerou os huguenotes da Holanda e da Inglaterra, e colocou-se à frente da expansão industrial, colonial, comercial e bancária.(28) Nota do Autor Com isso, a busca do enriquecimento pessoal libertou-se de toda rigidez, tornando-se móvel essencial da atividade econômica. Para quakers e puritanos o sucesso econômico constituía bênção divina, o que levou Marx a dizer com ironia que no século XVI a questão judaica foi resolvida na Europa Ocidental: "... os cristãos tornaram-se judeus."(29) Nota do Autor

Nas artes plásticas emergem os formidáveis pintores do Renascimento italiano que se estendem à Holanda, à Espanha etc. Na literatura, os vultos de Petrarca e Dante, na Itália; de Cervantes, na Espanha; de Camões e Gil Vicente, em Portugal; de Shakespeare, na Inglaterra; de Rabelais, na França. Igualmente a ciência dá passos desmesurados. Emprega-se o vapor para extrair água das minas, no século XVI; a pólvora e os canhões, no século XIV; no seguinte, os arcabuzes; a navegação dos barcos foi aperfeiçoada com as viagens marítimas. Surgem os gigantes da ciência: Copérnico, Giordano Bruno, Kepler, Galileu que formulam nova concepção do mundo; Harvey funda a anatomia científica; Descartes, Leibniz e Newton dão bases seguras à mecânica e à física.(30) Nota do Autor

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