consumidores; transportes baratos, fáceis e cômodos; existência de madeira de construção, cal, argila para telhas, ferro, terrenos próprios para cultura, pastarias para logradouro dos animais de transporte, que forçosamente permanecem na povoação até a venda dos gêneros conduzidos; aguadas altas para o estabelecimento de máquinas etc.

As condições administrativas estão compreendidas nas primeiras.

A maior necessidade do governo é ter meios de ação, e estes não existem senão em grandes centros comerciais.

Para o serviço de administração da justiça, para o da arrecadação das rendas, em uma palavra, para a execução de qualquer lei ou medida, seja ela embora a mais insignificante, é necessário conhecimento do pessoal empregado, são necessários meios de transporte de dinheiro, de força armada, de socorros variadíssimos e, sobretudo, é necessária fiscalização constante.

Como serão possíveis todas estas coisas em um lugar que não é ligado à província, como acontece com Goiás, senão pela dependência do governo? Se fora Goiás um centro comercial, as relações com os outros pontos da província, mais complicadas e constantes, trariam luz ao caos trevoso em que agora se debate a administração, marchando verdadeiramente às apalpadelas.

Poucas, bem poucas das condições acima exigidas existem em Goiás.

Quanto à salubridade, não conheço, entre todos os lugares por onde tenho viajado (e não são poucos), um onde se reúnam tantas moléstias graves. Quase que se pode asseverar que não existe aqui um só homem são. A mielite, a hidropisia, a hipertrofia do coração, os aneurismas, a lepra de três espécies diferentes, a tísica