Viagem ao Araguaia

Pode opor-se a estas considerações a de estar o Araguaia numa das extremidades da província.

Por aqui, acredita-se muito em que a capital deve ser no centro da província.

Em verdade, assim é; mas quando se diz centro da província, não se quer dizer o centro material, e sim o moral, o das relações comerciais.

Por que é que se procuram capitais no centro? É para que a ação do governo chegue enérgica e pronta a toda parte.

Não se trata de saber quantas léguas dista um ponto do outro; o que se procura é existência de meios fáceis de transporte.

Não é necessário insistir sobre esta matéria.

Quem for teimoso abra o mapa geográfico do Brasil e verá as capitais de quase todas as províncias colocadas, não no centro material das mesmas, mas no centro de suas relações.

Não é só no Brasil; na Europa inteira, as capitais são situadas pela mesma forma, e, com exceção da Áustria e de alguns dos pequenos Estados que constituem a Confederação Germânica, não existe uma só capital no centro.

Abram os mapas do mundo, e verão o mesmo na América, na Ásia, na África e nos países nascentes da Oceania.

Apresentar, pois, contra o Araguaia o argumento de que ele está numa extremidade da província, é dizer uma sandice, que não merece resposta.

Apreciemos agora de rápido as consequências da mudança da capital para Leopoldina; apreciemos o que se ganha e vejamos se vale a pena, confrontando com o que se perde.

A primeira consequência da mudança da capital para o Araguaia era o comércio com o Pará, que, por uma