Santos e viagens: um estudo da vida religiosa de Itá, Amazonas

qualquer outro caboclo, exceto que conservam mais aparentes traços da cultura ameríndia.

Nos dias de hoje, em toda a extensão do vale amazônico o caboclo cultiva pequenas roças pelo processo de derrubada e queimada de um trecho da mata, de preferência situado em lugar alto, livre das enchentes. O solo não recebe qualquer tratamento além da limpeza periódica do mato rasteiro. Os instrumentos utilizados são o machado e facão para derruba e roçagem, e a enxada. Cada trecho de terreno é usado apenas dois ou três anos, quando se torna improdutivo, e então abandonado, o que exige novas derrubadas. O principal produto cultivado é a mandioca, a variedade chamada comumente "brava", que se presta melhor para o fabrico da "farinha d'água", o alimento básico. O pescado e, em escala muito reduzida, a carne de caça ou de pequenas criações de animais domésticos suplementam a parca dieta. As habitações, exceto nos centros urbanos, são construídas de madeira e palha, obtidas de palmeiras como a paxiúba, o buriti e a caraná. Geralmente a habitação se eleva sobre estacas para ficar a salvo das inundações periódicas. A principal peça do mobiliário é a rede de dormir, tecida da fibra de algodão, tucum ou buriti. A criação de gado, exceto nas regiões de campos e savanas, como no rio Branco ou na ilha de Marajó onde a pecuária está bastante desenvolvida, limita-se a uns poucos animais domésticos como galinhas e porcos, esses, mesmos, tratados mais como "xerimbabos" do que fontes de rendimento econômico(14) Nota do Autor. A canoa, ou "montaria", e para

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