pela infâmia e vileza que isto lhes trazia por equipará-los aos da Costa d'África como destinados para escravos de brancos". Os verdadeiros negros africanos eram, na época, denominados negros da Guiné, negros da Costa ou negros de "nação", isto é de tais ou quais tribos africanas. De um modo geral "negros" eram quaisquer escravos, tanto que em 1773 o monarca lusitano queixava-se de que no Brasil existiam ainda "pessoas tão faltas de sentimentos de humanidade, e de religião, que guardam nas suas casas escravas, umas mais brancas do que eles com os nomes de pretas e de negras, e outras mestiças..."
Aos filhos de africanos, nascidos no Brasil, chamava-se de crioulos, termos ainda hoje aplicado, em sua forma feminina, às pretas e mulatas que se vestem como "baianas", com torso à cabeça, saia muito ampla, camisa alva bordada e muito decotada e um xale de cores aos ombros, indumentária trazida pelos africanos do Dahomey e até os nossos dias usada, com certas modificações locais, pelas mulheres ligadas aos ritos religiosos de origem africana, os candomblés. As crioulas baianas são figuras típicas das ruas da cidade, onde podem ser vistas ao transitarem para os centros de culto fetichista ou sentadas junto a tabuleiros em que expõem à venda, especialmente durante as festas populares, os manjares da famosa cozinha local, em grande parte de origem africana.
Pardo e mestiço são empregados mais ou menos como sinônimos de mulato, isto é de descendentes do cruzamento entre europeu e africano.