ali. Por conseguinte, é de surpreender que antropologistas e sociólogos pouca atenção tenham prestado a este assunto. Que tratem desse lado da vida baiana pelos modernos métodos das ciências sociais, existem apenas o excelente livro de Donald Pierson, Brancos e pretos na Bahia, e alguns artigos esparsos de Franklin Frazier e outros.
Sabemos, em suma, muito mais sobre o ritual do "candomblé" do que sobre os padrões de relações inter-raciais na Bahia. Apesar do exotismo e do colorido que aquele apresenta, parece-me não haver dúvida de que o conhecimento dos atuais padrões de relações inter-raciais é de maior importância para a sociedade baiana e de mais interesse para o mundo em geral. O estudo de Thales de Azevedo vem justamente contribuir para esse campo de estudos tão importante e relativamente desconhecido.
A Bahia, pela sua importância como centro de estudos, tem produzido grande número de estudiosos no campo da antropologia. Thales de Azevedo, Professor de Antropologia na Faculdade de Filosofia da Universidade da Bahia, mantém a tradição de Nina Rodrigues, de Artur Ramos e outros que não esperaram por pesquisadores do estrangeiro ou de outras partes do Brasil para investigar e analisar a sociedade baiana. Eles estudaram a sua própria sociedade com objetividade científica e competência. Neste livro, o autor utilizou-se de inquéritos pessoais, de dados biográficos e material estatístico e, como participante da sociedade local, nos deu um excelente estudo sobre a dinâmica da ascensão social das pessoas de cor