Prova do estado de espírito dos exportadores contra os industriais é o recente pedido feito ao governo e ao Banco do Brasil, para que iguale na categoria de exportação o cacau em bagas e o cacau industrializado. Dessa forma, pretendem as casas exportadoras criar dificuldades à ação competitiva das indústrias chocolateiras.
O crescente progresso das cooperativas de exportação também assusta as casas exportadoras, que vêm nesse sistema um perigoso rival. Gozando de favores fiscais e operando sem objetivo de lucro, as cooperativas podem, no fim de cada ano, distribuir aos seus associados resultados notavelmente superiores aos que lhes seriam pagos pelas casas exportadoras. Daí o sucesso dessas organizações e a sua relativamente rápida ascensão. A coluna mestra do seu êxito são as isenções de impostos. Isso explica por que as casas exportadoras, com o seu grande poder financeiro, investiram contra as cooperativas (1956) apoiando uma sugestão governamental, já concretizada, visando a retirar certas daquelas vantagens fiscais.